Porquê Tomás Costa?

Tomás Costa nasceu em Santiago de Riba Ul a 25 de Fevereiro de 1860. Aos 7 anos de idade deu entrada no colégio de órfãos do Porto onde se manteve até completar 14 anos. Nessa data, como tantos jovens da sua geração embarcou para o Brasil, com o objectivo de ali desenvolver uma carreira na actividade comercial. Porém, dois anos mais tarde, em 1876, regressou a Portugal. Nessa altura, conseguiu um lugar na Companhia Aurífera e posteriormente na joalharia de F. Moutinho de Souza (Sucessores). Em 1880, ao completar 20 anos, a sua vida começa a aproximar-se do mundo artístico. Profissionalmente, consegue um lugar de desenhador na Repartição Distrital de Obras Públicas do Porto. Mas o facto mais significativo que marca essa data é a sua inscrição como sócio efectivo do Centro Artístico Portuense que o levará ao convívio com Soares dos Reis e Marques Oliveira. 

A sua aptidão artística foi rapidamente notada e, no ano seguinte, matriculou-se no curso de Escultura da Academia Portuense de Belas Artes.

A sua capacidade foi reconhecida pelo júri da Academia que lhe atribuiu, 1885, o primeiro prémio de um concurso para concessão de uma bolsa de estudo para estudo e aperfeiçoamento na disciplina de escultura, em Paris, após a conclusão da licenciatura em Belas Artes.

Por essa altura Tomás Costa era um dos Directores do Centro Artístico Portuense e colaborava na revista Arte Portuguesa.

Em Paris, o reconhecimento das suas capacidades chegou rapidamente. Logo no ano de 1887 a sua escultura "Dançarino" foi admitida no Salon de Paris e na Exposição Universal da 1889 galardoada com uma medalha.

Esteve representado em exposições nos anos seguintes com obras como o "busto do Dr. Melo Viana", "David ainda criança" e "Eva".

A consagração em território nacional chegou, em 1894, com a escolha da sua proposta "Invicta" no concurso para a concepção de uma estátua que homenageasse o 4 centenário do Infante D. Henrique.

A sua proposta seleccionada entre os mais reputados escultores nacionais da época, valeu-lhe a atribuição da Comenda da Ordem de S. Tiago. A obra inaugurada em 1900 é ainda hoje uma das referências incontornáveis do seu trabalho.

Na sequência desse sucesso apresentou um projecto para a estátua do Marechal de Saldanha, que viria a ser inaugurada em 1904.

Terá sido essa notoriedade que levou a Rainha D. Amélia a seleccioná-lo para a execução de um busto.

Embora se tenha destacado como escultor Tomás Costa revelou igualmente aptidão para a pintura, embora, segunda crítica, sem atingir o mesmo grau de brilhantismo que na escultura.

Foram seus contemporâneos, nomes como Teixeira Lopes (filho), Henrique Pousão, Acácio Lino, Veloso Salgado, João Cristino da Silva e Carlos Reis, entre outros…

Casado com D. Margarida de Lima Meyer, de quem teve apenas um filho – Manuel da Lima Meyer Costa - Tomás Costa viria a falecer em Lisboa a 27 de Março de 1932, numa situação de algum constrangimento financeiro e com a mágoa de não ter visto passar do papel a estátua dedicada a Vasco da Gama, cujo projecto tinha apresentado a concurso no início do século XX.

 

 

 

 

 

Galeria Tomás Costa | Rua Dr. Ernesto Soares dos Reis | 3720 – 256 Oliveira de Azeméis | Tel. 256 600 621