Paisagens Transfiguradas

“Existem vidas cujas dificuldades tocam as raias dos prodígios: são as vidas dos artistas.” Gilles Deleuze António Miranda nasceu em Barcelos a 19 de Março de 1967. A data do seu nascimento é, para nós, um sinal de que encarnou neste mundo para cumprir uma missão, a de redimir e de transfigurar a existência humana através da criação de paisagens. Mas é também um signo virtual, o de pertencer à constelação de Pisces-Peixes, a mais sonhadora e intuitiva do zodíaco, na transição para Aries-Carneiro. Assim, nesta constelação de existências singulares, poderíamos falar dos pintores Van Gogh, Goya e Renoir, mas também de músicos e escritores como Bach, Chopin, Rossini e Ravel; Santa Teresa de Ávila, Victor Hugo e Verlaine; o poderoso poeta imaginativo, Charles Baudelaire, e o mestre intempestivo da heteronímia pessoana, Alberto Caeiro. Todas estas vidas singulares trazem no coração o fogo inextinguível da criação, capaz de libertar as vidas sitiadas pela opressão, o imobilismo e a entropia, experimentando e abrindo os novos horizontes do porvir! São homens e mulheres que fazem da sua resistência ao presente um acto libertador de criação de novas possibilidades de vida afectivas e perceptivas! Sabemos hoje que o pintor António Miranda tem outros projectos em vista e que, na fidelidade aos motivos da sua inspiração e às suas matrizes de influência, continuará a explorar os novos caminhos da luz, da cor e da profundidade topológica. A eterna protagonista é a Terra amata, dada a ver de modo singular, através das percepções dinâmicas da sua sensibilidade estética e das visões transfiguradas pela sua imaginação criadora! No fim de tudo, permanece esta Obra plural, composta por séries de paisagens e, sobre elas, o puro espírito do Artista deslocando-se como uma nuvem sobre as ondas da Vida!